Em 2012, fortemente inspirada pelo movimento dos Black Blocks e da Marcha das Vadias, comecei a desenvolver a prática visual do LUTO, que tem como mote espalhar figuras mascaradas e feministas pelas ruas das cidades. Entendo essa prática como tendo três momentos decisivos e de rupturas, seja das linguagens artísticas e dos embates com os contextos sociais e políticos. O primeiro momento é o surgimento e seu desenvolvimento até o ano de 2016, em que utilizei principalmente da linguagem do desenho, do grafite e da pixação para propagar o LUTO. O segundo momento aconteceu em 2016, devido ao acirramento político do espaço público, onde utilizei da própria arquitetura dos espaços opressivos para criar sites specifics e instalações que revelassem o LUTO pela cidade, assim como sobre os corpos/territórios das pessoas em movimento de LUTO. O terceiro momento envolveu tensionar o próprio feminismo e a prática visual do LUTO para trazer à tona a Multidão SAPATRANSBONDE.
La práctica visual del LUTO: En 2012, fuertemente inspirado por el movimiento de los Black Blocks (Bloque negro) y la Marcha das Vadias (Marcha de las putas), comencé a desarrollar la práctica visual del LUTO, que consiste en esparcir figuras enmascaradas y feministas por las calles de las ciudades. Entiendo esta práctica en tres momentos decisivos y de rupturas, tanto en términos de lenguajes artísticos como de enfrentamientos con los contextos sociales y políticos. El primer momento es su surgimiento y desarrollo hasta el año 2016, donde utilicé principalmente el dibujo, el grafiti y pixação* para difundir LUTO. El segundo momento tuvo lugar en 2016, que como respuesta al endurecimiento político del espacio público hice uso de la propria arquitectura de los espacios opresivos para crear sites specifics e instalaciones que revelaran LUTO en la ciudad, así como en los cuerpos/territorios de las personas en movimiento de LUTO. El tercer momento implicó tensionar el propio feminismo y la práctica visual del LUTO para sacar a la luz la Multitud SAPATRANSBONDE.
* Arte visual urbano que en forma de tipografía ocupan muros de la ciudad, postes y puentes. Es un estilo de grafiti brasileño que históricamente buscó la crítica social, el cuestionamiento y el diálogo con el público.
palabras clave: LUTO, feminismo, intervención urbana, grafiti, género.
Visual Practice of LUTO (mourning/fighting): In 2012, strongly inspired by the Black Blocks movement and the Marcha das Vadias (Brazilian Slut Walk), I started to develop the visual practice of LUTO (‘mourning’ and ‘I fight’, in Portuguese), whose motto is to spread masked and feminist figures through the streets of the cities. I understand this practice as having three decisive moments and ruptures, both in terms of artistic languages and clashes with social and political contexts. The first moment is the emergence and its development until the year 2016, in which I mainly used the language of drawing, art graffiti and free style grafitti to propagate the LUTO. The second moment happened in 2016, due to the political intensification of the public space, where I used the architecture of oppressive spaces to create specific sites and installations that revealed the LUTO (mourning) for the city, as well as on the bodies/territories of people in the LUTO movement. The third moment involved tensioning feminism itself and the visual practice of LUTO (fighting) to bring out the SAPATRANSBONDE Crowd.
key words: grief; feminism; urban intervention; graphite; gender.